O espetáculo da natureza na Foz do Rio São Francisco

Depois de conhecermos as incríveis paisagens dos Cânions do Rio São Francisco, seguimos nosso roteiro rumo à foz do Velho Chico, num roteiro de 10 dias que também incluiu uma passagem por Aracaju (tema do terceiro e último post desta série).
Deixei a cidade de Piranhas, no sertão alagoano, por volta do meio-dia e segui rumo ao litoral do estado. O percurso é praticamente todo feito em estradas estaduais de pistas simples, em alguns pontos com péssimo estado de conservação. A única exceção é no trecho de Arapiraca, uma das principais cidades do interior de Alagoas é considerada a capital do Agreste. A cidade é grande e a rodovia vira uma grande avenida no trecho urbano, mas pelo menos é melhor conservada.

Centro histórico de Penedo

Em Arapiraca precisei fazer uma parada no shopping da cidade por um motivo aparentemente banal: sacar dinheiro no caixa eletrônico. Quem leu o primeiro texto, já sabe que a vida não é fácil para o turista que vai ao interior do Nordeste e não é correntista da Caixa ou do Banco do Brasil. Contando com essa parada estratégica, demorei cerca de 4 horas para chegar a Penedo, onde fiquei hospedado (saindo de Maceió ou de Aracaju, a viagem dura cerca de 2 horas e meia).

Centro de Penedo
A cidade tem um centro histórico bem preservado e com boa estrutura para turistas, com bares e restaurantes, inclusive à beira do rio São Francisco. Fiquei no hotel Encantos de Penedo, localizado na rodovia AL-110. De encantador o hotel, não tem nada… é bem modesto, mas não chega a desapontar. Porém, o turista que estiver sem carro vai encontrar problemas, porque o hotel fica distante do centro histórico e também da cidade de Piaçabuçu, de onde saem os passeios para a foz. Se estiver sem carro, aconselho a procurar alguma hospedagem no centro de Penedo.
À noite, saí pra jantar no Restaurante Oratório, que fica na Avenida Beira-Rio, ao lado do porto de onde sai a balsa para Neópolis, cidade sergipana que fica na outra margem do Velho Chico. O ambiente é agradável e a comida muito boa. É uma excelente opção gastronômica na cidade.

A decepção de Piaçabuçu e as dunas do São Francisco

O grande desafio de viajar sozinho em baixa temporada é conseguir fazer passeios que têm preços fixos para um determinado número de pessoas. Quando esse número mínimo não é atingido, o valor sobe ou o passeio não acontece. Eu tinha apenas um dia para conhecer as dunas e até o início da tarde ainda não tinha conseguido definir como faria para ir até lá.

As dunas do Rio São Francisco
Desde a véspera eu estava tentando agendar um roteiro que incluía ir de barco até as dunas, assistir ao pôr-do-sol e voltar de buggy. Um pouco mais caro, mas um bom custo-benefício pela experiência em si.
Depois de tomar café da manhã, peguei o carro e fui até Piaçabuçu, na esperança de que a cidadezinha tivesse uma mínima estrutura para receber turistas e onde eu pudesse matar meu tempo e encontrar um bom lugar para almoçar. Quando cheguei à cidade, fiquei imediatamente desapontado. Não encontrei um ponto turístico sequer. A avenida Beira-Rio de lá é completamente diferente da de Penedo… só havia casas praticamente dentro do rio e barcos de pescadores. Nem desci do carro e já voltei para o hotel.

As dunas do Rio São Francisco
Na recepção, recebi a indicação de um restaurante que disponibilizava o passeio já com o valor da refeição incluído. Ficava na estrada que liga Penedo a Piaçabuçu. Tratei tudo direto pelo whatsapp com o dono (ou pelo menos parecia ser) e fui para lá. Assim como já tinha acontecido outras vezes em Piranhas, mais uma vez fiz o passeio sozinho no barco.

Trecho do Rio São Francisco
Chegando às dunas, a paisagem é deslumbrante e demonstra o tamanho da força da natureza. Como o Velho Chico enfrentava a maior estiagem de sua história à época da viagem, a consequência é que o rio perdeu força e o mar começou a entrar em seu leito, deixando a água doce, salgada. Outra consequência é que a força da maré começou a destruir parte das dunas e a levar a vegetação que ali existia. Ao mesmo tempo que a vista é linda, também foi triste ver aquele cenário de destruição.

Paisagem torna difícil não se apaixonar pela região
A maioria dos passeios à foz é feita pela manhã, então fiquei sozinho em meio àquela imensidão. E também pude escolher o horário para voltar ao restaurante. Obviamente, aproveitei para curtir as águas quentinhas do rio e aquele sol incrível. Viajar sozinho em baixa temporada não é de todo ruim… rsrs
Na volta a Penedo, saí para jantar no Restaurante Perto de Casa. Ambiente muito bacana, comida muito boa e acima do padrão que eu esperava encontrar por lá. Mais uma vez fui positivamente surpreendido.

Centro histórico de Penedo e pé na estrada pela última vez

Aproveitei a manhã seguinte para bater perna pelo centro histórico de Penedo nas minhas últimas horas antes de voltar a Sergipe.

Mais do gracioso centro de Penedo
Ao contrário de Piaçabuçu, Penedo tem uma boa infraestrutura turística, com locais bem sinalizados e em bom estado de conservação. Não sou muito de gastar horas e horas visitando esses tipos de locais, então antes do almoço já estava no hotel para pegar as malas e partir.

Uma vista dos arredores do Forte Maurício de Nassau
Mas deu tempo suficiente para conhecer lugares como o Forte Maurício de Nassau, as igrejas, o Oratório da Forca (onde os condenados pernoitavam pela última vez e tinham a oportunidade de “pedir perdão pelos pecados cometidos”), o convento, prédios históricos e o mercado da cidade. O legal de Penedo é que ela conserva construções mais recentes, dos anos 1950 e 1970, por exemplo. O que dá um estilo arquitetônico um tanto quanto incomum à cidade. Além disso, num dia útil ela é bastante movimentada. Penedo é uma cidade viva e que consegue aliar presente e passado como poucas.

Caminhada pelas dunas do Rio são Francisco
No nosso próximo encontro por aqui, vou contar como foi a última parada dessa viagem: Aracaju. Até a próxima!
Texto, fotos e vídeo by Rodrigo Masaia.
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