Sugestões de passeios para curtir Ring of Kerry

Na última publicação eu falei sobre a cidade Killarney e o principal ponto turístico da região, o Killarney National Park (você pode ler outra vez o texto aqui).

Como eu comentei no texto antigo, não estou conseguindo fazer viagens para fora do país ultimamente…. estou trabalhando bastante e acabei de voltar de umas férias longas no Brasil… mas sempre que possível, eu tento conhecer algum lugar novo aqui na Irlanda mesmo. E foi o que fiz no último feriado prolongado, aproveitei os três dias de folga e fui para a região de Kerry.

Como também contei na última publicação, eu fiquei hospedada em Killarney, uma das principais cidades da região. No primeiro dia da viagem, eu conheci Killarney e seus principais pontos turísticos, no segundo dia fiz um tour pelo Ring of Kerry e, já no terceiro dia, fui para um passeio no Gap of Dunloe.

No post antigo eu falei ainda que hoje eu escreveria sobre os passeios que fiz para Ring of Kerry e Gap of Dunloe, mas percebi que tenho muito o que falar sobre cada um desses dois lugares incríveis, então vou dividir o post em dois, um para cada excursão…. e hoje vou contar como foi o passeio no Ring of Kerry.

Vamos lá…

O tour para o Ring of kerry foi bem legal. Fui por cia de turismo da cidade mesmo… com aqueles ônibus lotados, que param nos principais pontos turísticos da região, e geralmente são passeios bem corridos e cansativos, haha… esse até que esse não foi. Eu gostei. Daria nota 8…. haha (8, por que como já falei muitas vezes, não sou muito fã desse tipo de tour, com muitos turistas e pouco tempo  – mesmo eu estando fazendo bastante esse tipo de passeio nesse momento da minha vida hahaha – mas, o tour para o Ring of kerry foi bem legal).

Bom. Saímos de Killarney às 10 da manhã, mais ou menos, e chegamos de volta no centro da cidade por volta das 17 horas.

Começamos a percorrer o anel (considero de conheci “parte” dele na verdade… a região oferece muito mais lugares lindos para se visitar), passando pela cidade de Killorglin e indo até a Bog Village.

Antes de falar da Bog Village, que foi o primeiro lugar que paramos, vou falar um pouco sobre Killorglin, que é uma cidadezinha que queria ter conhecido melhor (quero voltar para lá na próxima vez que estiver na região).

Killorglin, que fica no lado de Killarney, é conhecida aqui na Irlanda por causa do King Puck Festival, uma festa que coroa um bode haha (quero ir nesse festival também haha).

(*)

Essa festa é muito conhecida e famosa, principalmente na região. Ela acontece todo ano, dura três dias e, nada mais é do que uma festa de celebra um bode coroado. Um bode selvagem, escolhido nas montanhas da região, é levado para praça da cidade e coroado por alguma garota da escola primaria de Killorglin.  Depois que a festa acaba, o bode é devolvido para as montanhas, com um anel em sua orelha, para não ser coroado no ano seguinte. Segundo falam, o bode é super bem tratado durantes esses três dias.

Enfim, uma típica festa de interior. Acredito que seja bem animada, haha.

É legal falar que essa festa acontece por que, segundo uma lenda, no século 17, quando os ingleses conquistaram a Irlanda, Killorglin foi salva por causa de bodes.

Explico melhor haha. Falam que um dos moradores da cidade era conhecido por ser muito mentiroso, e que a única coisa que ele levava a sério mesmo era seu rebanho de bodes. Durante uma madrugada que estava pastorando seus animais, ele viu o exercito inglês se aproximando, porém, como ninguém acreditaria nele caso contasse o que viu, ele resolveu soltar seu rebanho na cidade, acordando todo mundo e fazendo os moradores perceber que havia algo errado e o exercito inglês estava próximo, salvando, assim, muitas vidas.

Logo na entrada da cidade, tem uma estátua de um bode coroado, para lembrar e homenagear a festa que acontece por lá.

Bom, continuando. Passamos por Killorglin, mas não paramos, e fomos para a Bog Village.

Essa vila é um museu a céu aberto, que exibe aos visitantes como os irlandeses viviam e trabalhavam no final do século 19, período que foi muito marcada pela difícil condição de fome que o país passou. Essa fase triste da Irlanda também é possível observar nas mostras e histórias apresentadas no museu.


No lugar foi construída uma típica vila da época, com casas, vendas e estábulos mobiliados como antigamente, e com equipamentos agrícolas usado nesse período espalhados pela vila. Além disso, essas casas reconstruídas contam com efeitos sonoros e bonecos que se movem como se estivessem trabalhando ou fazendo suas atividades diárias, assim como acontecia naquela época… dando vida ao local.

É bem legal essa vilazinha, mas dispensável se você não tiver muito tempo e quiser focar o passeio nas deslumbrantes paisagens da região.

Saímos da vila, seguimos fazendo o Ring e parando em alguns dos muitos lugares com paisagens maravilhosas que tem por lá.

Não é muito fácil falar com certeza sobre os locais onde meu tour parou. Pelo que observei, durante todo o trajeto tem estacionamentos específicos que ônibus e carros podem parar para o turista relaxar e curtir as belas imagens de montanhas e mar da região.

Mas, um dos pontos que paramos foi esse da foto de cima, entre Glenbeigh e Kikeehagh. Esse lugar lindo, onde a água azul do oceano se encontra com o azul do céu.

Depois dessa parada e de contemplar por algum tempo esse lugar incrível, fomos para Kells, assistir como os cachorros ajudam o pastor a recolher e separar as ovelhas, assim como vimos na TV. Foi bem legal e interessante ver como esses bichinhos fofos são inteligentes e como funciona o pastoril.


Além disso, o pastor também nos apresentou as diferentes raças de ovelhas que existe no mundo… com seus chifres maiores ou menores, mais ou menos pelos, brancas e pretas. Muito bonitinhas.

Essa apresentação nos custou mais 5 euros, além do que já pagamos no tour, mas eu achei bem legal e interessante.

A segunda parada de tirar o folego foi entre Waterville e Ardkeragh, em uma igrejinha que fica no alto da montanha e oferece uma visão linda do mar e dos gramados verdinhos que o rodeia, formando uma fotografia cheia de cores.

Depois de lá, paramos em outro lugar no topo da montanha que também conta com uma das bonitas paisagens do Ring. Entre Caherdaniel e Coomatloukane agora. Esse lugar já tinha mais espaço para ônibus e carros estacionar, então estava com mais gente.

Por lá também encontramos vendedores regionais, com suas artes ou comidas típicas, e ainda um senhor tocando músicas irlandesas para alegrar o ambiente e outro com filhotes de animais (bezerro, gato e cachorro), para os turistas tirar fotos em troca de algum dinheiro. Os filhotes roubaram a atenção dos turistas, tanto quanto a paisagem, que não tenho que falar que era deslumbrante hahaha.


Continuando a viagem… Paramos em uma cidade muito gracinha e com ainda mais cara interior, Sneem.

Foi uma parada rápida. Conhecemos e caminhamos um pouco pela cidade, que, como falei, é bem pequena hahaha; tomamos um café e fomos em uma de suas lojas de souvenir, cheias de produtos feitos com as lãs das ovelhas locais (dizem que essas lojas são mais baratas que as das grandes cidades).

Depois dessa parada rápida, pegamos uma estrada muito estreita e fomos para o Moll´s Gap, que é um ponto muito turístico no topo das montanhas entre Kenmare e Killarney. O lugar oferece uma vista linda para outras montanhas, as Macgillycuddy Reeks. Incrível, é claro.

Por último fomos no famoso Ladies View, que é conhecido como uma das melhores vistas panoramas na Irlanda. Outro lugar sensacional do Ring of kerry, com uma vista maravilhosa para as montanha e lagos do Killarney National Park.

O Ladies View já faz parte do Killarney National Park e também fica entre Kenmare e Killarney.  O nome do lugar é para homenagear a Rainha Vitória, que fez questão de visita-lo em 1861.

Depois de um dia, com tantas paisagens lindas, com muitas montanhas e oceano, voltamos para a Killarney, com gostinho de quero mais.

Como já falei, esse tour pelo Ring of Kerry, com certeza, foi somente “metade” do que essa famosa rota oferece de bonito e interessante para visitar.

O valor do tour foi 30 euros e uma dica importante é sentar no lado esquerdo do ônibus, por que as paisagens mais bonitas ficam nesse lado durante quase todo o trajeto.

Eu queria ter feito esse passeio pelo Ring of Kerry de carro, que dizem que é bem melhor. E acredito que seja mesmo, por que você pode fazer tudo no seu tempo e ritmo, parar em mais lugares pelo Ring e ir para Dingle. Mas não deu certo o carro, fomos de excursão mesmo e também valeu a pena.

De carro você consegue fazer a rota completa em, no mínimo, 3 horas, mas pode levar 10 horas ou mais para conclui-la, depende o tanto que você vai parar e o tempo que vai ficar em cada lugar.

É legal falar também que, se você tiver mais tempo na região, não quiser fazer essas excursões guiadas e não puder alugar um carro, também é possível percorrer o Ring com ônibus regionais…. quem sabe parar de cidade em cidade e curtir cada lugar. Mas, precisa de tempo, pois os ônibus regionais são poucos, com horários limitados e as viagens são mais longas.

Você também pode fazer todo o Ring de bicicleta, caso você goste e tenha tempo também. Fazer esse roteiro de bike é muito famoso por lá e muita gente faz. De bicicleta você consegue percorrer todo o Ring em 4 dias…. isso em ritmo leve, cerca de 50 km, mais ou menos 4 horas pedalando, por dia.

De carro, de excursão, de ônibus ou de bike, o passeio vale a pena e se você estiver na Irlanda tem muito que colocar a região de Kerry na lista de lugares que não pode deixar de visitar.

Esse post já ficou muito grande, então até a próxima publicação hahaha… sobre como foi o passeio para Gap of Dunloe.

Ahhh… Vale relembrar que Killarney (onde fiquei hospedada) fica cerca de 300 km de Dublin. Eu fui de ônibus, a viagem durou 4 horas e meia e custou 40 euros ida e volta.

Texto e fotos by Flávia Pigozzi.

(*) Foto retirada do site da Radio Kerry.

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