WTM Latin America: Nossa opinião sobre o evento
A WTM Latin America é o maior evento de viagens e turismo da América Latina, e uma das maiores e mais importantes do mundo. Já contamos bastante a respeito da feira aqui, mas e aí, qual é a do evento?
A WTM
Já participei de quatro edições da feira e acredito que a evolução do evento vai um pouco de encontro com a minha evolução como jornalista de turismo, assim como o desenvolvimento aqui do blog.
Das quatro edições em que estive, a do ano passado (2017) foi meio que um “divisor de águas”. Entenda: para um evento dirigido ao público ligado ao turismo (jornalistas, blogueiros, agências, operadoras, e todo tipo de empresa cujo turismo é seu carro chefe), a edição de 2017 me pareceu meio muvucada. Sabe quando você percebe que tem muito penetra na festa? Então, tinha crianças, gente a passeio, curiosos… até achei estranho.
A edição deste ano (2018) foi muito mais organizada neste sentido. Menos gente… mas mais gente realmente do meio. Isso é importante para promover uma conversa a respeito do assunto turismo, e a aproximação desses profissionais.
Houve também um enxugamento de toda a feira. Menos pessoas… menos estandes… menos destinos… senti falta de alguns estandes tradicionais, como o Trivago, por exemplo. Quem andava pela feira do ano passado parecia que não ia chegar ao fim nunca. A desse ano foi muito mais compacta, resumida, focada no essencial.
Como consumidor
Ao mesmo tempo em que acho importante essa evolução, ressalto que sinto falta de algo parecido mas destinado a consumidores. Creio que uns 4 ou 5 anos atrás tivemos algo como a “Turismo Week”, que era mais que um monte de canais digitais oferecendo descontos.
Claro que é isso (hoje) que move o turismo, mas as pessoas têm dúvidas, gostam de orientações, conversar com as agências ou operadoras, e essa foi uma semana que permitiu isso, a aproximação dos consumidores com aqueles que comercializam turismo.
O “auto atendimento” promovido pela digitalização do turismo é bacana, mas coloca de lado os consumidores conservadores. Aqueles que gostam de um atendimento presencial, de conversar com o vendedor, de ouvir uma opinião na hora de bater o martelo.
Sabe quando você não tem ideia de qual hotel escolher? Quando quer viajar, tem um orçamento, e quer saber pra onde essa grana te leva? Esse tipo de coisa… ah, mas os sites especializados, blogs, revistas, e um mundo de coisas estão aí pra isso… você tem razão!!!
Mas eu já contei pra vocês que estava com uma viagem pronta para os EUA e na hora de fechar a compra na agência descobri uma promoção para a Europa que mudou completamente meu rumo.
Como blogueiro
Na mesma toada da evolução do evento, foi muito interessante ver a preocupação com os influenciadores digitais. Sempre houve espaço para as novas mídias, mas os blogueiros, que até ganharam um “canto” especial tiveram mais espaço para a troca de experiências, negociações de parcerias, networking e aprendizado.
Não é qualquer evento que se programa para abrir esse espaço para blogueiros. Exceção feita à Comic Con, a Campus Party, e à Brasil Game Show, que são, basicamente, eventos destinados a um público mais adaptado a essas novas mídias.
O blogueiro é legal, mas pode ser encarado como um estranho no ninho quando tantos especialistas se encontram.
Como jornalista
A WTM é uma ótima escola, mesmo para os menos leigos (se é que esse termo existe). Por isso, um evento que busca a evolução, incentivando o diálogo a respeito do seu principal produto/serviço, por meio da interação entre seus profissionais, e dando espaço nesse diálogo a especialistas tradicionais e a novos canais, não pode ser encarado como um evento ordinário.
Com tantas opções e informações, e em um mercado que parece mudar a cada dia por causa da internet, mesmo a mais remota possibilidade de aprender mais e participar dessas transformações são raras e merecem todos os aplausos. Acredito que o turismo brasileiro e o jornalismo são capazes de trabalhar em conjunto e torço para que o nosso blog tenha a chance de participar ativamente desse diálogo.
Texto e fotos by Ricardo Seripierro.
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