Amazonas: quando o acaso te surpreende

Já há algum tempo tenho vontade de conhecer todos os estados brasileiros. Mas em nenhum momento cheguei a montar um planejamento. Às vezes acho que é melhor assim: as melhores experiências são aquelas que acontecem quando não estamos esperando.

E foi assim, meio por acaso, que fui parar na Amazônia. Marquei as férias para agosto com o objetivo inicial de curtir o verão europeu, mas alguns fatores jogaram contra (grana, tempo de viagem, companhia, etc.). Daí, parti para o plano B: a Colômbia. Fiz algumas pesquisas e concluí que não seria o melhor mês para ir, porque costuma chover nessa época.

Queria ir para algum lugar onde fizesse calor. Aí pensei no Nordeste. E desisti quando pesquisei sobre o clima chuvoso no “inverno” de lá. Encarando o mapa do Brasil não foi muito difícil achar outra alternativa, olhando um pouco mais para o oeste: Amazônia? Será?

O segundo semestre nos estados da Região Norte é quando acontece o Verão – a falta de chuvas e a consequente queda no nível dos rios que define a “estação”. Por que não?

Montei um roteiro de quase 20 dias passando por Amazonas, Pará e Amapá. Ainda ficou muita coisa de fora, o que já virou pretexto para voltar. Neste texto, falo sobre a semana que passei no Amazonas. Sobre a experiência nos outros dois estados, falo nos meses seguintes.

Calor, calor, calor

Depois das quatro horas de voo, saindo de Guarulhos, fui recebido em Manaus com uma bela demonstração do calor e da umidade típicos da região amazônica, uns 32 graus mais ou menos – saí de casa em São Paulo com 14. A fome era grande, então acabei almoçando no aeroporto. Fast food mesmo, porque não tem muita opção por lá.

Peguei um Uber até o Local Hostel, no centro (mais ou menos 20/25 reais a corrida). Deixei as malas e saí para conhecer as redondezas. O hostel fica a uma quadra da Praça São Sebastião, onde está o Teatro Amazonas e o Tacacá da Gisela, dois dos pontos mais famosos da cidade.

Dei sorte de chegar justo num dia onde haveria uma apresentação gratuita no teatro e achei que seria mais interessante conhecer o local “funcionando” do que numa visita guiada. Apesar de não ser um grande fã de ópera, valeu a experiência. O teatro é muito bonito e bem preservado.

Antes do espetáculo começar, deu tempo de provar o tacacá, que é tipicamente consumido no fim de tarde. Não posso dizer que gostei nem que odiei: achei exótico. A mistura dos ingredientes e a “quentura” do prato podem assustar um estômago desacostumado. A goma de tapioca, o tucupi e o jambu dão ao prato uma textura única, além da sensação de dormência na língua, causada pela folha. O camarão e os temperos completam a mistura.

Precisei tomar um sorvete depois, já que o tacacá me deixou com mais calor ainda. E aí começou minha relação de paixão com o cupuaçu. Até que é razoavelmente fácil encontrar alguma coisa feita da fruta em São Paulo, mas não me lembro de ter provado algo antes da viagem. A Sorveteria Barbarella fica na mesma praça do teatro, do lado oposto ao tacacá.

Depois da apresentação no teatro, jantei um belo de um tucunaré, um dos peixes mais saborosos da Amazônia. Voltando ao hostel, tomei banho de água fria. Não são todas as hospedagens que têm chuveiro com água quente na região e, vá por mim, não há necessidade nenhuma.

Welcome to the jungle

Fechei um pacote de 2 dias e 1 noite na selva com a Iguana, parceira do Local Hostel. Paguei 170 reais a diária com tudo incluso: traslado, hospedagem, refeições e passeios. Fiz o check out no hostel e começou a odisseia.


Foram uns 15 ou 20 minutos de Kombi (os gringos da turma foram numa van com ar condicionado) com a brasileirada até o porto da Ceasa, porta de entrada a Manaus pra quem vem por terra. A BR-319 é a única rodovia que liga a capital amazonense ao restante do país. Ao chegar no rio Solimões, a estrada acaba e é preciso atravessar uma balsa que passa pelo encontro das águas com o rio Negro.


Da Kombi, passamos para um barco de passageiros, vimos o encontro das águas e depois de mais alguns minutos chegamos ao porto do município de Careiro da Várzea, onde outra Kombi nos esperava. No local há uma espécie de feira, com barracas vendendo de tudo e muitos caminhões e outros veículos esperando para fazer a travessia de balsa. Aí começou a parte hard core da viagem.


Uma parte do percurso foi pela BR-319, em péssimas condições de conservação. Passamos para uma estrada estadual mais ajeitadinha e depois para outra de terra. Uma hora depois chegamos a outro porto, esse bem mais isolado. Embarcamos em outro barco e percorremos alguns rios e iguapes cercados pela floresta, com alguns raros sinais de intervenção humana.


Foram 40 minutos até chegar na Pousada Juma Lake Inn, que fica no rio Paraná do Mamori, próximo à foz do rio Juma. Escolhi minha cama no alojamento coletivo (há opção de chalés privados, um pouco mais caros), que fica em terra, e desci para almoçar no restaurante flutuante. Somente água está inclusa no pacote. Qualquer outro tipo de bebida era paga à parte.


Aí, tempo para um mergulho na refrescante água do rio e logo depois fomos divididos em grupos. O meu partiu para pescar piranhas no Juma (pesquei só uma e a almocei no dia seguinte). Na volta, um pouco de emoção: o motor do barco afogou e ficamos à deriva no meio do nada enquanto começava a anoitecer. Sinal de celular? Esquece… ali não pega nada. Por sorte, um barco de outra pousada próxima passava pelo local e nos rebocou de volta, já em meio à escuridão.

Tempo para jantar, colocar roupas de manga comprida e tomar banho de repelente. De dia era bem tranquilo, mas à noite os mosquitos faziam a festa. Picavam até por cima da roupa.

Saímos para a focagem de jacarés. Encontramos dois, tiramos fotos, soltamos de volta na água e voltamos para dormir. Uma experiência gratificante mas ao mesmo tempo exaustiva. Antes das 22h praticamente toda a pousada já estava dormindo.


No dia seguinte, madrugamos para ver o sol nascer. Saímos às 5h30. O “sacrifício” valeu muito a pena. A experiência é única, a visão fantástica. A sensação de estar ali, vendo somente o rio, o céu e a floresta e ouvindo só o som da mata é espetacular. Sem dúvida um dos momentos mais marcantes da minha vida. Foi nessa hora que me dei conta de tudo o que estava vivendo, totalmente desconectado do restante do mundo.


Voltamos para o café da manhã e saímos para uma trilha na floresta, com direito a conhecer o tal do pé de cola – que literalmente tem cheiro de Coca Cola. Vimos alguns macacos e pássaros, conhecemos algumas plantas com fins medicinais usadas pelos índios da região e voltamos para a pousada. Deu pra curtir um pouco mais o rio antes de almoçar e começar a mesma odisseia para voltar a Manaus.

Acredite: faltam árvores em Manaus

O dia seguinte seria o único que teria inteiro para conhecer a cidade. Aí me dei conta de que calculei mal o tempo que ficaria por lá. Acabei escolhendo visitar a praia de Ponta Negra, a Arena da Amazônia e o Mercado Adolpho Lisboa. Fiz praticamente tudo de ônibus.


Saindo da avenida Presidente Vargas, fui direto até a praia, localizada em bairro nobre da cidade. Demorei mais ou menos uma hora. A paisagem lá é deslumbrante, não perde em nada pra qualquer outra praia urbana do litoral de São Paulo, por exemplo. A estrutura para os banhistas também me pareceu ser bem completa. Há banheiros, quiosques para comidas e bebidas, aluguel de cadeiras e guarda-sóis e a limpeza não deixava nada a desejar. Como preferi ir num dia útil, não havia muito movimento e, por isso, não tive como saber como fica o local num dia de grande movimento.

Na volta, passaria na Arena da Amazônia, apenas para vê-la por fora, já que não havia jogos programados para os próximos dias. Os maiores públicos do estádio no ano foram registrados pelo Iranduba, sensação do futebol feminino no Brasil, mas em agosto os campeonatos da modalidade já tinham acabado.

Não há nenhum ônibus direto para o estádio, então sabia que precisaria andar uns 20 minutos do ponto mais próximo até lá. E como é difícil andar debaixo daquele sol, com temperatura beirando os 35 graus.

Em Manaus a sensação térmica é muito maior do que no meio da floresta. Eu imaginava que seria ao contrário. Na minha cabeça, as árvores deixariam o tempo mais abafado, causando uma sensação de sauna. Ledo engano. Em meio à mata a temperatura é muito mais agradável.

A conclusão que cheguei nessa caminhada é que a área urbana de Manaus é uma gigantesca ilha de calor. Há pouquíssimas árvores nas ruas e as sombras são muito escassas.

Depois de penar um pouco, cheguei ao estádio e tive a sorte de encontrar dois funcionários simpáticos que permitiram minha entrada no local. Fui até a arquibancada e cheguei na beirada do campo. Um prêmio para quem pretendia só tirar uma foto da fachada.

Aí tomei mais um ônibus até o centro, mais especificamente na região portuária. Como a maioria das grandes cidades brasileiras, Manaus deixa muito a desejar na questão de zeladoria, em especial na área central. Havia muito lixo nas ruas e o cheiro de urina em alguns pontos era tão forte que chegava a dar enjoo. Tudo isso em meio a muitos camelôs que vendiam de tudo, inclusive remédios.


Dei uma volta pelo mercado, comprei umas lembrancinhas e na volta não aguentei continuar o passeio de transporte público. Estava a cerca de 1,5 km do hostel, mas preferi pedir um táxi só pra aproveitar o ar condicionado. Recuperei as energias, tomei um banho e saí para almoçar (isso por volta das 3 da tarde).

Fui ao magistral Tambaqui de Banda, mais uma das atrações da praça São Sebastião. O tambaqui é, de longe, o melhor peixe que já comi na minha vida, fácil. Pedi o prato individual, a costela. Pra beber, suco de cupuaçu. Gastei uns 40 reais, muito bem pagos. O custo-benefício é excelente. Depois, lá fui eu pra sorveteria novamente amenizar o calor da cidade.

Excursões… ah, as excursões…

Não sou fã de excursões. Evito ao máximo fazê-las. Prefiro montar o meu próprio roteiro, priorizando o que gosto mais e dedicando menos tempo para – ou até mesmo deixando de fazer – outras coisas. Mas em alguns casos, elas são a melhor opção, como por exemplo o day tour de Manaus.

Paguei 180 reais, mas foi caro. Pesquisando bem acho que dá pra encontrar opções na faixa duns 100, 120 reais… Optei pela comodidade de fechar tudo com a mesma agência.


O pacote incluía traslado para o Porto de Manaus, todos os passeios,  deslocamentos de barco (nessa viagem aprendi que qualquer passeio de barco sai bem caro), almoço e guia. Se for parar pra pensar, o custo-benefício compensa bastante. E foi por isso que embarquei – literalmente – nesse passeio.

O grupo seguiu de van da agência até o porto. Lá, embarcamos num barco confortável com capacidade para umas 60, 70 pessoas, conhecido por lá como lancha – mas é bem diferente da concepção de lancha que eu tenho. Saiu perto da lotação máxima. Dica: leve bastante água. Apesar do vento batendo na cara, o calor é bem forte a bordo. Há bebidas à venda durante a viagem, mas os preços não são muito convidativos.

Antes mesmo de zarpar a viagem já fica interessante. O cais do Porto de Manaus é um cenário à parte (quem já assistiu o filme da Tainá certamente vai lembrar de alguma coisa). Logo depois, a primeira parada para abastecimento e para alguns dos integrantes da turma realizarem o pagamento nas máquinas de cartão do estabelecimento. Os barcos são abastecidos em postos de combustível flutuantes, chamados de pontões. Para os locais, nada mais banal. Para os forasteiros, muito inusitado.

O barco segue descendo o rio Negro até o encontro com o Solimões, formando o Amazonas. A paisagem é indescritível para quem sempre viu a imagem pela TV e nunca imaginou estar ali.

Depois da pausa, uma parada numa vila de ribeirinhos para ter contato com um estilo de vida totalmente diferente. As casas flutuantes também são cercadas por comércio, escola e igrejas. Paramos numa espécie de mercadinho que vendia lembrancinhas e animais vivos para consumo dos ribeirinhos. Ali é possível “pescar” o gigantesco pirarucu.

Alguns exemplares da espécie chegam a pesar mais de 100 quilos. No local, são criados em cativeiro, numa espécie de tanque. Pagando cinco reais você ganha uns peixes menores que servem como isca para uma pescaria sem anzol. A diversão é “brigar” com os bichos o máximo que você conseguir  – porque fatalmente eles vão ganhar.


Depois subimos o rio Negro até o município vizinho de Iranduba para fazer arvorismo e almoçar no Parque Nacional do Janauari. Em meio às plataformas elevadas é fácil avistar algumas espécies de macacos e também bichos-preguiça. Ao final, há um lago com alguns exemplares de vitórias-régias. (Pra quem vai até lá com expectativa de ver plantas aquáticas gigantes, fica o alerta: você vai se decepcionar. São poucas e nem tão grandes assim.)

O almoço no restaurante flutuante Rainha da Selva era farto e com bastante opções. A comida, ótima. Só de peixe eram três tipos: tucunaré, tambaqui e pirarucu. No local geralmente também há moradores vendendo doces locais. Comprei por dois reais uma deliciosa mousse de… cupuaçu. Com chocolate!

Hora de embarcar mais uma vez. A lancha passou por um igarapé parecido com alguns que cruzei quando fui ao Juma e voltamos ao rio Negro. Depois de mais ou menos uma hora – ótima pro cochilo pós-almoço – chegamos à plataforma de interação com os botos.


Para nadar com os bichos, é preciso levar roupa de banho e não ter passado protetor solar ou bronzeador (os produtos fazem mal à pele do boto). É obrigatório a todos usar colete salva-vidas. Divididos em grupos, todos descem para tirar fotos e fazer carinho nos simpáticos animais. A água também é uma atração à parte. No Negro ela é quentinha e não dá vontade nenhuma de sair.


A última etapa do passeio já é voltando a Manaus. O barco aporta numa aldeia indígena que ainda mantém algumas tradições. Ali eles fazem apresentações de dança, interagindo com os visitantes. Experiência muito rica. Também há uma loja com lembrancinhas e no dia uma indiazinha que tinha uma preguiça literalmente grudada no colo virou a grande atração.


Mais uns 40 minutos de barco, passando sob a grandiosa ponte estaiada Eduardo Gomes e o barco parou próximo à praia de Ponta Negra para algumas pessoas desembarcarem – neste momento, bateu um arrependimento. Se soubesse que o barco pararia ali, não teria ido à praia no dia anterior. Deixaria para curtir o pôr-do-sol depois do passeio e teria aproveitado o dia anterior para ir a outro lugar da lista que ficou faltando.

Presidente Figueiredo

No último dia inteiro no Amazonas, deixei para fazer o passeio a Presidente Figueiredo, cidade que fica cerca de 120 km ao norte de Manaus. O pacote com a mesma agência ficou pelo mesmo valor do anterior: 180 reais. Incluía transporte, passeios, guia e almoço. O grupo era pequeno, eu e mais três pessoas, além do guia, numa Doblò.


E é fácil entender porque poucas pessoas têm interesse em ir a Figueiredo: o destino é pouco conhecido e são mais ou menos duas horas de estrada até lá.

O único caminho para chegar é pela BR-174, estrada federal que liga Manaus à fronteira com a Venezuela, atravessando Roraima e passando por Boa Vista. A rodovia é bem conservada (bem diferente da BR-319), apesar da falta de acostamento em praticamente todo o trecho me incomodar um pouco.


A primeira parada na cidade foi na Cachoeira do Santuário (10 reais para entrar, mas já incluso no passeio). O local é lindo, me lembrou aqueles filmes do Tarzan, por exemplo. A água transparente, os peixes nadando no meio dos banhistas… uma beleza. Como fui num domingo, o movimento era grande, já que os manauaras vão a Figueiredo para aproveitar o fim de semana.

Depois, paramos para almoçar no Parque do Urubuí, onde há uma grande praia, que estava lotada, com direito a palco montado e sertanejo rolando solto. Uma estátua gigantesca de um índio saindo de um cupuaçu é atração no local. Depois de comer, aproveitei para comprar um dim dim (de cupuaçu), mais conhecido em outras regiões como gelinho, geladinho ou sacolé.


Pegamos a estrada, mais uma vez em direção ao norte. Parada para aproveitar as cachoeiras das Araras e de Iracema, passando pela gruta da Onça. Mais uma paisagem deslumbrante.


Não deu pra ficar muito tempo, pois precisávamos voltar até as 18h e seriam mais duas horas de viagem. Na chegada a Manaus, ainda pegamos um pouco de congestionamento.

A conclusão que cheguei sobre Presidente Figueiredo: a cidade vale muito a pena, mas um bate-volta é cansativo e não compensa. O legal é passar dois dias por lá, porque são muitas cachoeiras pra conhecer e indo e voltando no mesmo dia você perde quatro horas só com o deslocamento. Se quiser conhecer bem, vale a pernoite.

Obrigado, Amazonas

Durante a semana no maior estado do Brasil, percebi que o Amazonas não é conhecido pelos próprios brasileiros. Um local exuberante, onde tudo é superlativo, com paisagens incríveis, culinária riquíssima, motivo de orgulho para todo o país. Mas a imensa maioria de turistas no local é de origem estrangeira, em especial da Europa e Estados Unidos, que dão muito mais valor à nossa riqueza e diversidade do que nós mesmos.

Por isso, fica a minha dica: você não pode morrer sem conhecer o Amazonas. Vá sem medo e sem preconceitos. O povo é tão acolhedor quanto o clima no local. Tudo lá deve ser vivido intensamente. Para quem vive no Sul/Sudeste o choque cultural é ainda maior. E dá orgulho saber que é tudo dentro do mesmo país. É muito bom saber o quão diverso o brasileiro é. Pena que nem todos conseguem reconhecer isso.

Como já disse antes, acabei calculando mal o tempo por lá. Em Manaus, deixei de ir a lugares como o Museu da Amazônia (MUSA), Museu do Seringal e Praia da Lua. Pretexto para voltar e também conhecer lugares como o Arquipélago de Anavilhanas, em Novo Airão. Também, porque não, encarar uma viagem de barco até outros destinos do interior ou do Pará.

O Amazonas é um lugar para ser visitado, visto, sentido e tudo isso de novo. Voltar para lá não será sacrifício nenhum, muito pelo contrário.


De Manaus, embarquei num voo de uma hora até Santarém, dando início à minha viagem pelo não menos rico e exuberante estado do Pará. Mas isso é assunto para o próximo texto. Até lá!

Texto e fotos by Rodrigo Masaia.

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