Hopi Hari… da fantasia à alegria… pero no mucho!!!
Quem já viu um parque de diversões já viu todos… conheço muita gente que usa essa máxima… mas o que dizer de um parque que foi capaz de criar o próprio idioma, e sempre se imaginou como um país à parte, dentro do Brasil??? E aí, sabe de onde estou falando? Claro, está no título da postagem… rsrsrs… mas se todo parque é igual, o que sobra para o Hopi Hari?
Não é incomum encontrar comentários pela internet falando maravilhas do parque de diversões Hopi Hari. O melhor do Brasil… o melhor dos melhores… um show de qualidade… não consigo ver nada melhor… de fato, acho que é difícil ver algo melhor, principalmente em São Paulo, estado onde existem tantas opções em entretenimento, mas que ao mesmo tempo deixa seu povo tão órfão de diversão. Difícil ver algo melhor, porque não há uma segunda opção… não há concorrência… não há com o que se comparar… e com isso, percebe-se que o cidadão está meio perdido, quando acha que o Hopi Hari é o melhor dos melhores.
Em termos de Brasil, temos o Beto Carrero World, que tem outra realidade, e que está inacessível, tanto em relação a preço, quanto em relação à distância. Aquela coisa de vamos ao “parque de diversões” num final de semana qualquer, para o cidadão comum que está em São Paulo, acaba sempre o levando ao Hopi Hari (não considero o Wet’n Wild um parque de diversões… e para quem conheceu o The Waves, parque aquático que “passou” por SP no final dos anos 1990, talvez nem o considere tão grandioso assim). Fato é que o fechamento do Playcenter deixou os adoradores de parques de diversões ainda mais abandonados. Talvez não fosse, também, uma excelente opção, mas existia um segundo nome… existia outro lugar.
Alguns podem pensar que as pessoas mudaram, e que o jeito de enxergar um parque de diversões mudou também… as crianças querem mais vídeo games, querem diversão sempre se reciclando, se reinventando… e isso não existe… ao menos no Brasil… e aqui também acredito que não valha uma comparação com parques internacionais, que têm sim um público diferenciado, já que investe em outros campos, como o de cinema, para atrair seus clientes. O parque de diversões no Brasil vive ainda daquela coisa “romântica”… do passeio de final de semana com a família… aquela coisa de dar uma volta na roda gigante com o amor da sua vida, só pra poder ficar de namorico e nem prestar atenção à vista…
Mas os tempos mudaram… a concorrência sucumbiu… e o Hopi Hari está aí… se não como o melhor do Brasil, ou de São Paulo, mas como única opção… a derradeira… e deixando um pouco os valores e preços de lado, o que você espera de um parque de diversões como este? Primeiramente, devo destacar que tenho frequentado o parque nos últimos anos e minha opinião aqui é de um usuário frequentador. Meu texto vai de encontro ao que vi no último final de semana, quando estive no parque, mas confesso que não será a última vez que o visitarei. Primeiro porque brasileiro gosta de sofrer… e se ferrar grandão nas filas e com a falta de comida que pode atingir alguns dos quiosques do parque vez ou outra… segundo porque já expliquei… é a única opção existente em São Paulo, e eu ainda tenho um fetiche estranho por carrinhos de bater… rsrsrs…
Quando você está no Hopi Hari, espera que existam funcionários em todos os lugares… em todas as atrações… em todos os cantos… quer seja pra você perguntar onde fica o banheiro mais próximo… quer seja para você ter alguém para criticar ou elogiar o andamento das coisas… funcionários que estejam preparados para escutar… preparados para soltar um sorriso de agradecimento, ou o simples balançar de cabeça em consenso com a insatisfação daquele cliente mais chato… e não um camarada que te deixa 40 minutos à espera de um pedaço de pizza, e quando decide te atender, parte pra pegar aquela “peça” de demonstração ali no forninho ao lado do caixa, onde passou as últimas 72 horas, sendo requentado ao limite… é o funcionário que agita a fila com comentários curiosos ou mesmo com as instruções de uso do brinquedo, de uma maneira compreensível, e não como se tivesse enfiado o microfone inteirinho no fundo da boca, e começasse a balbuciar uns resmungões ao estilo do Zé, da família Buscapé… é um “vendedor”, que sabe atender quem chega à boca do caixa para pedir um lanche, e não fica tímido, falando baixinho, naquela muvuca toda, sem se fazer entender… e acima de tudo, é o camaradinha que sabe se impor, sem desrespeitar o visitante, simplesmente porque ele é a autoridade ali, e merece ser respeitada como tal (já já volto a esse assunto)…
Eu espero ver em um parque assim, limpeza… quer seja nas filas, quer seja dentro dos banheiros, por mais porcos que sejam os seus usuários… não é porque dois ou três jogam latas de refrigerante em qualquer lugar, que os outros precisam ver isso… ou melhor… por que não colocar mais lixeiras espalhadas pelo parque? nas filas? e em todos os lugares… de maneira a deixar o cliente sem opção de jogar o lixo no chão…
Quero ver mais comunicação… mais cartazes… mais instruções… mais puxões de orelha… aproveitem o espaço e o tempo das pessoas nas filas… como colocar o cinto de segurança… porque manter mãos e braços dentro dos brinquedos… porque segurar suas crianças… onde estacionar carrinhos de bebê… onde comer… e não colocar um funcionário, que leva uns 8 minutos, pra inspecionar o cinto de segurança em cada usuário, em uma atração que dura só 30 segundos… eu entendo perfeitamente que existe uma preocupação com a segurança das pessoas, ainda mais depois de alguns acontecimentos tristes… mas então aumentem o número de funcionários fazendo essa verificação… gente feliz… com sorriso no rosto… que agilizem o processo e transformem a experiência do parque em algo ainda mais fantástico…
Nesse ponto, vale a máxima da manutenção… é necessário quadruplicar a atenção nesse ponto… nada de atrações que quebram no meio do dia, depois do camarada ficar quatro horas na fila, e não ter uma explicação… nada de desenhos e decoração dos brinquedos descascadas e com a pintura manchada pela ação dos sol e chuva… nada de pintura até metade do prédio, porque acabou a tinta para pintar a outra metade (sério, dê uma volta na roda gigante de olho no entorno do parque… alguns prédios são pintados só pela metade… por que???)… mais do que isso… não sentiu segurança na atração? então nem abra… nem coloque em risco as pessoas que a utilizarão… mas se você abre o parque, e tem 70% das atrações interditadas, a imagem que fica não é das melhores, vai por mim…
Atrações cheirando a mofo, ou decoração “coberta” que entulha a vista do visitante, por causa do seu entulho… de novo, manutenção… atração com vazamento no teto… ou fechada com cheiro de mofo, ninguém merece… mesmo que seja um filme do Lanterna Verde, que parece ter saído de 1985, que alguém teimou em imaginar que seria uma excelente opção em 4-D (ah… sobre isso… não, não é!!!)… limpeza… manutenção… e atenção aos detalhes…
Aqui vale uma observação à parte… pelo custo de um passeio como esse, as pessoas esperam mais do que um serviço ordinário… espera uma experiência para levar dali e fazer com que sua semana seja especial… eu não vou ao estádio de futebol para ver o meu time perder… mas quando ele vence, e me alegra, eu tenho assunto para a semana toda… o mesmo serve para o parque… algumas pessoas tratam um passeio como esse como sendo o único do ano, dão um jeito de economizar e levar toda a família para se divertir uma única vez no ano inteirinho… e daí a pessoa encontra funcionário emburrado, falta de comida, sujeira, e brinquedos quebrados? Ah, não, né???
Se alguma atração não funciona, e não voltará a funcionar, então tire da frente das pessoas… tem um quiosque de sorvetes que fica na rampa atrás da roda gigante, que em 4 anos nunca vi aberto… por que está lá??? Tira do caminho… … … ah, mas a ideia é usar no futuro… bom, faz quatro anos que esse troço tá fechado, que futuro é esse??? esconde em um depósito e volta a colocar na frente das pessoas quando decidirem que esse futuro chegou…
Voltando ao assunto de o funcionário se impor, para ser respeitado… e manter a casa em ordem… tem um detalhe importantíssimo… mesmo ajeitando a casa, mantendo a manutenção em dia, tudo bonitinho, com um sorriso feliz no rosto… existe bastante gente que não merece encontrar a casa em ordem… são aqueles que não respeitam as filas, aqueles que não respeitam a limpeza do lugar, aqueles que não sabem se comportar, que imaginam que porque pagaram, então podem fazer o que quiserem… pode parecer que não, mas tem muita gente assim… eu vi um pai incentivando o filho a ficar trepado nas grades que dividem as filas, com os pés nas pessoas que estavam no outro lado, simplesmente porque ele tinha pago e poderia fazer o que quisesse (ele falou isso para o filho)… outro mandou o filho fazer xixi onde estava, na fila, porque o banheiro, que ficava a 20 metros de onde estavam, era muito longe… ah, e o celular, hein??? esse danado tem atrapalhado a diversão… as pessoas perderam um pouco da noção do seu uso, e são um pouco chatas, ao querer tirar fotos em todos os lugares, e postar nas redes sociais, nos grupos zaps da vida… haja paciência!!! se o usuário não sabe respeitar, então merece puxão de orelha, sim… e nessa hora o funcionário precisa se impor, até para não bagunçar a coisa de vez… mas de maneira educada, polida… nada de barraco ou bate boca na frente de todo mundo…
Talvez um último ponto importante é o de manter o “relógio” funcionando com tranquilidade… abrir um carrinho de churros, sem churros… ou um de sorvete, que só aceita dinheiro… dificultam o funcionamento desse relógio… a fila do churros tinha umas 12 pessoas, e não tinha churros pra vender… mas a funcionária continuava vendendo o churros virtual, que estava chegando de algum lugar… difícil!!!
Sei que a crise é brava, e manter muitos funcionários aumentaria os gastos, mas é um preço a se pagar pela melhor qualidade… mais gente… mais treinamento… mais garantia de usuários felizes… isso, inclusive, garantiria mais segurança, e espantaria o risco de arrastões dentro do parque (não passei por isso, mas é difícil não pensar).
No mais, o que esperar do “melhor” parque de diversões do Brasil? Bom, um ingresso custa 90 reais… mais a viagem de cerca de 70km, a partir de São Paulo, pela Rodovia dos Bandeirantes (já fiz o caminho por dentro, mas as ruas de terra não são muito interessantes, ainda mais se chover), com pedágio a 8 reais (em novembro de 2015)… o estacionamento custa 50 reais (uma facada… ao menos poderiam entregar seu carro lavado e polido ao fim do dia, mas na Disney – eu sei… eu sei… eu disse que não compararia… – você paga 20 dólares pelo estacionamento de dia inteiro… ou algo próximo de 80 reais, na cotação de hoje). Uma refeição dentro do parque não sai por menos de 25 reais… um refrigerante ou suco fica na faixa dos 8 reais… e o sorvete, na média, 10 reais… pra um passeio em família, com 4 pessoas, você dificilmente gastaria menos que 600 reais… ou quase um salário mínimo… o que para algumas famílias merece uma economia de ano inteiro… por isso, acredito, a experiência poderia ser muito melhor.
Não tenho a intenção de “detonar” o Hopi Hari com minha opinião… já mandei mensagem para eles, apontando alguns desses problemas, e foram super receptivos… e quero muito falar dos pontos positivos do parque em um próximo post… acontece que, nesse momento, achei mais importante destacar algumas oportunidades de melhoria, que transformariam a visita das pessoas ao parque de uma maneira imensamente positiva… e, talvez, aí sim, deixariam o parque encabeçando a lista dos melhores de São Paulo e, por que não, até do Brasil.
Ah, como o parque costuma fechar 19 horas, aproveite o final do dia para uma esticadinha até o Outlet Premium São Paulo, que fica na Rodovia dos Bandeirantes, já do lado de quem volta para São Paulo… a parada é obrigatória para quem busca boas opções em preços e variedades de marcas… e está sempre lotadésimo… vale a visita no final do dia, após se acabar no parque…
E você, já visitou o Hopi Hari? Tem alguma dica imperdível? Não deixe de compartilhar suas dicas conosco e com outros leitores do Viveajantes.
Grande abraço.
Texto by Ricardo Seripierro.
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