O que não perder em uma escapada para Marrocos – Parte2

No meu último post, eu contei sobre primeiros dias da minha “escapada” ao Marrocos e dei algumas dicas do que fazer em Habat, Casablanca e Marrakesh. Comecei a falar também sobre a noite que passei no Deserto do Saara e fiquei de contar como foi dormir nesse lugar incrível, como foi o final da viagem e a volta a Lisboa no texto de hoje.


Como contei, depois que chegamos ao pequeno hotel no meio do deserto, descansamos um pouco, almoçamos, tomamos um banho e fomos “apresentados” aos dromedários que nos levaram para passar a noite  em um acampamento no deserto.


Quando a noite estava caindo, montamos em “nossos” dromedários e fomos para o meio do Saara. Foi uma das experiências mais INCRÍVEIS da minha vida. O grupo chegou ao local do acampamento quando o sol estava se despedindo e, dos grandes montes de areia, pudemos ver o por do sol – com certeza, um dos mais lindos do mundo. Para qualquer lugar que se olhava só se via areia, areia e areia e o sol se pondo.  


Depois dessa maravilha da natureza, o grupo jantou a comida servida pelos beduínos, cuscuz marroquino e uma sopa que, confesso,  não identifiquei do que era até hoje, rsrsrs. Passamos uma noite deliciosa, em volta de uma fogueira, com os beduínos cantando e dançando para a gente – e pedindo para que cantássemos música brasileira para eles -, sob um céu estrelado maravilhoso e longe de qualquer sinal de vida moderna e tecnologia.


Agora eu vou abrir três parênteses que também podem ser dicas… hahaha…  Como falei, chegamos ao acampamento perto do por do sol. Eu e meu grupo de amigos procuramos o monte de areia mais alto para ter uma visão ainda mais incrível da “despedida” do dia. Como esse monte era meio distante da onde as barracas estavam, quando chegamos à tenda que o jantar é oferecido não tinha mais lugares para sentar. E, essa foi a maior sorte que tivemos, pois os beduínos prepararam uma mesa para que sentássemos no lado de fora, perto da fogueira e, assim, pudemos jantar com a companhia de uma lua cheia maravilhosa, que nos acompanhou durante todo o jantar e depois foi embora. Só a gente viu. Foi mágico. Então… a primeira dica é essa: quem for acampar no Deserto do Saara, tente jantar fora dessa tenda. A noite no deserto costuma ser muito linda.

Outra coisa que eu e meu grupo de amigos fizemos e que também pode ser uma dica, foi dormir fora das barracas – em uma grande “conchinha” hahaha… Decidimos deitar no lado de fora das barracas para ver o céu estrelado, esperar as estrelas cadentes passarem e o dia nascer. Foi muito divertido e pudemos comprovar como o céu do deserto é lindo.

E a última dica é: levem muita roupa de frio. Todo mundo fala que faz muito frio durante a noite no deserto e é muito verdade. E, não pense que passei frio por que dormi fora da barraca… hahaha… Em qualquer lugar, se não tiver bem agasalhado, o turista vai passar frio.

Continuando…. Acordamos com o nascer do sol e voltamos a subir nos altos montes de areia para ter uma visão ainda mais bonita da chegado do novo dia. Depois dessa outra obra da natureza, os beduínos nos serviram o café da manhã e voltamos a encontrar nossos companheiros dromedários.


E assim nos despedimos do deserto e voltamos para Marrakesh. No caminho de volta, passamos pelas montanhas do Atlas. Outra parada incrível. O ônibus sobe as montanhas por estradas tão estreitas e cheias de curvas que chega a dar medo. Mas, a visão vale a pena. O caminho é lindo (e muito frio). Durante todo o percurso pelas montanhas do Atlas, além dos extraordinários vales, o turista pode contemplar as aldeias tradicionais berberes e a cultura desse povo. O ônibus para em alguns pontos do caminho para o turista observar a passagem, conhecer e comprar os artesanatos da população local. Um dos postos de parada tem cerca de 2500 metros de altura.


Depois de um dia de ônibus (parando nas montanhas do Atlas), chegamos de volta em Marrakesh e conseguimos encontrar um bar parecido com os típicos ocidentais, com músicas mais populares (pelo menos para a gente) e bebida. Não parecia um ambiente “proibido” como o primeiro bar que visitamos… hahaha… (vide post anterior). É possível encontrar bares-baladas nos padrões que os ocidentais estão mais acostumados. Pergunte no seu hotel ou hostel que os funcionários dão algumas dicas.

No dia seguinte tivemos um tempo livre para passear pela cidade e fazer compras e, no começo da noite, voltamos para Portugal. Chegamos no dia seguinte em terras portuguesas.

Como também falei no primeiro post, para quem quer visitar somente Marrakesh, dois ou três dias são suficientes para conhecer os principais pontos da cidade. Já, para quem quer fazer o mesmo percurso que eu e conhecer Habat, Casablanca e passar uma noite no deserto do Saara, acho que de seis a oito dias é um tempo bom. Mas, isso é muito pessoal. Cada um conhece o seu tempo e suas prioridades “turistando”. Sem falar que o país tem muitos outros lugares que não conheci, mas tenho certeza que são incríveis.

É importante lembrar também que é super possível fazer a viagem por conta própria. Eu não curto muito fazer turismo com grandes excursões. Gosto mais de ter meu tempo para conhecer os lugares e não ficar presa a um grupo. Mas, como o Marrocos foi o primeiro país que conheci, depois de Lisboa, e por ter uma cultura e costumes tão diferentes do que os brasileiros estão acostumados, achei válido conhecer o país com um guia e um grupo. Mas, eu tenho amigos que fizeram a viagem sem uma agencia de turismo e deu super certo. Tem voos low-cost que saem de todos os lugares da Europa para o Marrocos. (mas, deixo aqui, mais uma vez, o site da agência com que viajei)

Eu fiz a viagem em outubro. Foi uma época boa, pois, estava um clima bom. Não estava tão calor e nem tão frio. Porém, em qualquer estação, é importante respeitar a cultura do país e, principalmente as mulheres, prestarem atenção nas roupas que estão colocando na mala. Essa foi uma das principais dicas que recebi quando fiz a viagem.


O Marrocos é um país lindo, colorido, com um povo receptivo e uma cultura maravilhosa. Ahh… por lá também tem muitos gatos pelas ruas, hahaha… para quem gosta, se prepare para querer colocar muito deles na mala, pois, para todos os lugares que se olha, tem um bichano. Mas, não é bom mexer com eles, né, afinal, não sabemos como são tratados e se são vacinados (eu não recomento, mas, mesmo assim, brinquei com esse gatinho dos babuínos, rsrsr).

Eu sou apaixona por tudo que vi no Marrocos, pelas pessoas e pela cultura. Essa é uma viagem que, sem dúvida, indico para todas as pessoas fazerem um dia. Para quem quer conhecer o país, mas tem algum receio por conta da cultura ser tão diferente, no próximo (e último) post vou lembrar algumas dicas como comportamento, alimentação e idioma.  Até a próxima. Beijos.

Texto e fotos by Flávia Pigozzi.

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