Marrocos: Veja lista do que não perder – Parte 1
Hoje o destino é Marrocos. Como alguns de vocês sabem eu morei em Lisboa e, cerca de um mês depois que cheguei à cidade, me apareceu uma oportunidade irrecusável: um pacote incrível e barato para o Marrocos.
Existe uma agência de viagem chamada Student Travellers que faz um preço camarada para o país, que é um dos lugares mais encantadores que conheci. Quem for passar um tempo a mais na Europa e tem vontade de conhecer a diferente e linda cultura marroquina, vale a pena procurar essa agência. Sei que tem ônibus (isso mesmo, ônibus) que sai de diferentes cidades de Portugal, Espanha e França.
Como falei, fui para o Marrocos de ônibus e foi uma delícia. Saímos de Lisboa por volta das 14 horas de uma terça-feira e, no começo da madrugada, chegamos a Algeciras, no sul da Espanha, onde pegamos o ferry boat. E foi lá mesmo que tive ainda mais certeza que a viagem ia ser incrível e onde comecei ter o meu “choque” de cultura. A viagem de ferry não demorara muito, desembarcamos no Marrocos no começo da manhã de quarta-feira.
Chegando em terras africanas, o primeiro ponto de parada foi Rabat, a capital marroquina. Lá eu conheci Kasbah des Oudaias, uma fortaleza medieval, onde, por dentro das muralhas, o turista encontra pequenas ruas com casinhas azuis e brancas, portões luxuosos, vasos e mosaicos típicos da cultura marroquina. O local também oferece uma linda vista para o mar.
Na capital marroquina também conheci Chellah, um sítio arqueológico onde se encontram ruínas de uma antiga cidade de romana; e o Mausoléu de Mohammed V, um lugar com uma arquitetura incrível, com traços típicos orientais e muito ouro, onde fica o túmulo do rei marroquino e de seus filhos. No lado oposto do mausoléu, o turista pode ver a Torre Hassan, que é um mirante construído no século XII na inacabada Mesquita Hassan.
No mesmo dia também demos uma rápida passada em Casablanca, onde conheci a Mesquita Hassan II, que é o terceiro maior templo do mundo (fica atrás apenas da Mesquita de Meca e da Grande Mesquita de Jerusalém). O mirante de Hassan II lança feixes de raio laser avisando sobre as cinco orações diárias. Essa mesquita é uma das poucas que permitem a vista de não muçulmanos.
A Mesquita fica em um lugar com uma bela vista do mar e próximo a ela tem uma pequena praia, onde o turista pode ver muçulmanos se divertindo em um dia de sol (muito diferente de um dia de praia do Brasil).
Na noite desse segundo dia de viagem, chegamos a Marrakech, mais uma importante cidade do país. A cidade vermelha – como é conhecida – assim como Rabat e Casablanca, é encantadora.
A foto proibida… rsrsrs…
Agora, vou abrir um dos meus parêntese, hahah… Quem visita um país que tem outra cultura, com costumes diferentes, precisa prestar atenção em tudo. Na noite que chegamos a Marrakech, eu e meus amigos fomos a um bar perto do hotel. Sabíamos que os muçulmanos que seguem as tradições do país não frequentam bares, mas, aparentemente, era um lugar comum… talvez, para turistas. Só depois percebemos que só tinha nativos por lá, porém, não era um lugar “tradicional” e parecia não seguir rigorosamente a cultura e a religião muçulmana. Parecia um bar de “encontros”, com músicas e dançarinas, e não era permitido fotografar. Foi divertido e fomos muito bem recebidos. O importante é respeitar as “regras” dos donos da casa. (Essa foto, tiramos antes de avisarem que não podia tirar fotografias).
No dia seguinte conhecemos Marrakech. Fomos a Mesquita de Koutoubia, o maior templo da cidade, mas a visita de não muçulmanos é proibida e, atravessando a grande avenida onde fica a Mesquita (tem que ter cuidado para atravessar as ruas em Marrakech, o transito de lá é doido), o turista chega à Praça Jemaa El Fna, localizada próxima também da Medina de Marrakech. Esses são dois dos lugares que mais estava esperando conhecer na viagem.
A Praça Jemaa El Fna é um daqueles típicos lugares que qualquer pessoa imagina que vai encontrar em Marrocos. E lá que o turista começa a ver os primeiros vendedores da Medina (a grande maioria homem, é claro), barracas de flores e frutas secas, as najas “dançando” para os seus domadores, os macacos, as mulheres que desenham lindas henas, os carrinhos de suco de laranja (dizem que não é “bom” tomar, mas dizem também que é muito gostoso), e ao fundo, uma música típica marroquina. Para tirar foto dos bichos tem que pagar e se eles te “flagram” tirando fotografia escondido, te “perseguem” até você dar uma moedinha. A Praça foi declarada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
Se distraindo entre um encantador de serpentes, um domador de macacos e um vendedor de especiarias na grande praça, quando o turista percebe já está dentro da Medina. É uma delicia se misturar a multidão – turistas e nativos -, se perder pelas suas pequenas ruas e admirar – e comprar – os artesanatos, os lenços, as batas, as bolsas, as pratas. Tudo é lindo e colorido.
Agora duas dicas. 1ª – O turista tem que ir preparado para barganhar e negociar preços. Lá nada tem um valor certo. O vendedor fala um preço e cabe ao turista aceitar ou negociar e, muitas vezes, o produto acaba saindo pela metade da primeira proposta. 2ª – Medina é tão grande que é fácil se perder de verdade. É importante o turista ter sempre um guia ou um mapa.
Outra coisa muito comum em Marrakech são as farmácias e lojas de ervas e especiarias que fazem demonstrações de seus produtos. É muito interessante visitar uma (muitas delas têm que marcar hora para conseguir entrar). O difícil é sair sem comprar nada.
Em Marrakech conheci ainda o Museu de Marrakech, que é uma ótima demonstração da arquitetura marroquina. Na verdade, o prédio do museu e sua arquitetura são o que mais impressiona. O antigo palácio, construído no século XIX, atualmente conta com um acervo de roupas antigas, joias e cerâmicas. Mas, vale a visita.
Por fim, visitei na cidade o Jardim de Menara. Lá o turista encontra um gostoso parque com dromedários para tirar fotos, conhece o sistema de irrigação das oliveiras, e, na margem do lago, tem um pequeno palácio. Esse passeio é muito rápido e bem gostosinho.
A parte mais moderna de Marrakech se chama Guéliz. É nessa região da cidade que o turista encontra traços da cultura ocidental, como prédios altos, McDonalds e Zara.
Tem muito mais lugares interessantes para visitar em Marrakech. Quando voltei do Marrocos, estava encantada com a cultura e louca para voltar, por isso, pesquisei muito sobre as cidades que conheci. Entre os lugares que ainda quero conhecer em Marrakech, por exemplo, estão o Jardim Majorelle, que tem uma coleção de árvores e plantas do mundo todo, como bananeiras do Brasil; e Saadian Tumbs, uma necrópole com mausoléus luxuosos da família Saadian, do sultão Ahmed El-Mansour e de pessoas ligadas a ele.
Dois ou três dias em Marrakech são o suficiente para conhecer os principais pontos turísticos, se perder na Medina e fazer muitas compras. Para quem quer visitar Rabat e Casablanca também e ir ao deserto do Saara, acho que de cinco a sete dias é um tempo bom.
No final desse terceiro dia de viagem pegamos o ônibus mais uma vez. Agora, o destino era o Deserto da Saara. No dia seguinte chegamos a um pequeno hotel no meio do deserto, tomamos um rápido banho, almoçamos, descansamos um pouco e fomos apresentados aos nossos novos companheiros de viagem, os dromedários. Eles que nos levaram para passar a noite em um acampamento no deserto.
Mas….. vou contar sobre a noite no deserto, o final da viagem e a volta para Lisboa no próximo post. Na próxima publicação, também vou falar um pouco mais sobre a cultura do país e lembrar algumas das “dicas de comportamento” que me passaram. Afinal, é muito importante respeitar a cultura e tradições de quem nos recebe.
A cultura é muito diferente do que os ocidentais estão acostumados. As mulheres passeiam pelas ruas completamente cobertas por suas roupas, os homens, com aquelas barbas gigantes, se cumprimentando com dois beijos no rosto e andando de mãos dadas. É maravilhoso. Mas, na próxima publicação conto mais sobre essa experiência incrível. Até logo.
Ahh… fica aqui o site da agência de viagens. https://www.s-travellers.com/pt/
Texto e fotos by Flávia Pigozzi.
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